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PARQUE GUINLE: Nova Cintra, Bristol e Caledônia
Tipo: Residencial
Cliente: Condomínios Nova Cintra, Bristol e Caledônia.
Categoria de projeto: Inspeção Predial / Diretrizes de Intervenção para Restauro
Período: 2015, 2016 e 2019

 

 

Os trabalhos realizados pela URBANACON nos três edifícios originalmente projetados por Lucio Costa ocorreram em três contratos sucessivos, separadamente para cada um dos condomínios. Primeiramente, o Edifício Nova Cintra, em 2015, seguido pelo Edifício Bristol, em 2016, e finalmente o Caledônia, cujos trabalhos ainda estão em curso.

 

Em cada um deles, foram realizados pesquisa histórica e de documentação, levantamento e identificação e mapeamento de danos das fachadas, bem como a produção de relatórios apresentados ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para dar seguimento aos projetos de restauro das edificações.

 

No primeiro deles, a URBANACON gerenciou ainda as obras de restauração das fachadas, com ênfase na recuperação dos elementos líticos.

Localizados no Parque Guinle, os três edifícios são resultado do fracionamento de uma propriedade bem maior onde, nos anos 1920, construiu-se um palacete de propriedade de Eduardo Guinle. Porém, em 1940, a área que inclui o palacete e seus jardins foi comprada pelo governo federal, que passou a ser chamado de Palácio Laranjeiras. Restou à família do antigo proprietário a estreita faixa de terreno à direita de quem adentra o parque. Dessa forma, em 1943 o arquiteto Lucio Costa desenvolve um plano de ocupação para esses terrenos, em que prevê a construção de seis blocos de apartamentos. Contudo, houve apenas três edifícios construídos: o Nova Cintra, em 1948, o Bristol, em 1950, e finalmente o Caledônia, em 1954.

O primeiro diferencia-se dos demais não só na implantação, mas até mesmo no endereço. Enquanto os dois últimos se localizam ao longo da ladeira que acompanha a encosta, batizada de Paulo Cesar de Andrade, o Nova Cintra encontra-se paralelo à rua Gago Coutinho. Além disso, esse prédio dispõe de sete pavimentos, enquanto os outros dois têm seis e mais terraço/ cobertura. Devido à sua localização mais tradicional, no espaço de pilotis, a edificação ganhou lojas, enquanto nos demais o local serve para compensar os desníveis do terreno, à medida que há o aumento das cotas.

 

Já o Bristol tem sua implantação em um eixo diferente do primeiro edifício e se vale também do desnível do terreno para dispor de um belo mezanino que, devido à inclinação, serve também de acesso à edificação. As fachadas voltadas para o parque tiveram um tratamento singular, tendo sido divididas em 16 planos verticais que, multiplicados pelo número de pavimentos tipo, resultam em 96 painéis com estéticas distintas, sem correlação aparente. Cada painel pode receber cobogós, cobogós rompidos por um vão central, persianas ou ainda brise-soleil.

 

​Por fim, o terceiro e mais recente edifício – Caledônia – segue orientação de implantação semelhante ao anterior, mas apresenta diferentes materiais na composição de seu exterior. Na fachada principal, as molduras ao redor dos módulos com cobogós são feitos em pastilhas, enquanto nos dois prédios anteriores o acabamento é em pedra. Também nas fachadas laterais, ao invés do acabamento seguir o mesmo padrão de revestimento em pedra, apresenta-se de forma mais tradicional, feito em emboço simples pintado de uma cor que dialoga com o conjunto.

 

Todos são dotados de pilotis, uma das marcas da arquitetura modernista e forte característica da obra de Lucio Costa nesse período.

O conjunto dos três prédios foi tombado em 1986 e  incluído no Livro das Belas Artes, recebendo a inscrição 577. Em 2001, foram igualmente tombados pelo município do Rio de Janeiro, por meio da Lei 3238. 

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